sábado, 27 de maio de 2017

O Cristianismo que Sofre

Embora o ato de ser cristão signifique ser incompreendido, muitas vezes a incompreensão é fruto dos nossos erros.
Que existe uma cruzada contra o cristianismo em todo o planeta, não resta nenhuma dúvida. A cada dia que passa vemos os valores da mensagem da cruz sendo postos de lado, não apenas no comportamento das pessoas, de uma maneira geral, mas também de forma institucional. Se isso não bastasse, a cada dia, ser cristão é visto como algo retrógrado e tipico de pessoas sem cultura. Mas de onde vem isto?

Como cristão, que sou, creio que existe um mundo espiritual dividido entre o bem e o mal e que há uma batalha acontecendo e que estes mundos influenciam pessoas a seguirem os preceitos de um ou de outro. Mas também entendo que a nossa percepção do Evangelho de Jesus Cristo é muito equivocada e termina por alimentar estas divisões de classes.

Me parece que nós, os crentes em Cristo, não compreendemos qual seja verdadeira mensagem do Homem de Nazaré. Nossos sonhos egoístas, nossos projetos pessoais, nossas conquistas nos levam a crer em um Deus que nos quer sempre acima de tudo e todos. Esta crença equivocada nos tem transformado e pessoas presunçosas e arrogantes e, consequentemente, detestáveis.

O viver cristão, não é, como muitos pensam, uma coleção de conquistas mas sim um acúmulo de renuncias em favor do próximo. Bradamos que Deus é Amor, mas esquecemos de demonstrar o amor de Deus, em nossas vidas, por aqueles que carecem e não conhecem este amor. Isto é o viver cristão: renunciar a nós mesmos e dedicar-se aos próximos de nós que são justamente aqueles que se encontram ao alcance de nossas atitudes e ações.

Precisamos mudar, não em defesa do Deus Todo Poderoso, pois ele não precisa disso, mas em defesa da fé que anunciamos, pois é mais fácil e prático demonstrar nossa fé com atitudes do que com palavras lançadas ao vento. Que Deus tenha misericórdia de nós!

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O Underground Cristão Vai Bem, Obrigado!

Enquanto no Mainstream cristão nacional quase não se aproveita nada a cena underground despeja toneladas de bandas para todos os gostos
Quando eu e Eduardo Teixeira, do Cristo Suburbano, fazíamos o Podcast do Esconderijo, em um determinado episódio ele me perguntou a diferença entre mainstream e underground e eu respondi que o mainstream é produto e underground é arte. Minha opinião sobre o assunto continua exatamente a mesma. E dentro do universo da música cristã é exatamente a mesma coisa. Isto acontece porque existe uma indústria musical que como todo e qualquer negócio, visa lucro. Esta busca pela viabilização e comercialização do produto acaba, muitas vezes, levando os profissionais do ramo a criação de produtos que possam ser facilmente aceitos, consumidos e descartados para que a próxima fornada não se perca. Neste processo, normalmente, a qualidade artística, poética e teológica fica em segundo plano. Enquanto isso, na cena underground, a certeza do baixo retorno financeiro acaba proporcionando aos criadores mais liberdade artística, mais comprometimento com a qualidade e uma maior preocupação com o conteúdo das mensagens.

Evidente que em ambos os lados existem exceções. Do lado mainstream, temos bons artistas produzindo boa música de excelente qualidade técnica e poética e com conteúdo teológico relevante, como é o caso da banda Resgate, assim como no meio underground também existe coisa que não se aproveita, mas no geral a regra permanece. E quando eu me refiro ao underground não estou me referindo apenas a galera do rock. Eu me refiro a todos os que estão produzindo arte, mas que correm por fora da grande mídia. Hoje é possível garimpar música cristã em todos os estilos que você possa imaginar e tem coisas realmente sensacionais.

Este artigo não tem por objetivo enumerar artistas mas servir de incentivo para que você comece a procurar conteúdo fora dos umbrais da mídia tradicional. Não vou apontar artistas específicos pois estaria apenas indicando aquilo que eu curto e que pode ser diferente do que você está buscando.

Onde Procurar

Uma boa pedida para quem curte um som mais voltado para o punk hardcore são os canais do Cristo Suburbano, mantidos pelo Eduardo Teixeira, da manda No More Zombies, vou dar o endereço do blog e de lá você encontra os outros canais. Tem também o Metal Cross onde você pode assistir clipes de várias bandas cristãs que fazem um som da hora. Tem o canal da Gabi Rox onde existem várias dicas de bandas nacionais e internacionais do underground cristão. Outra cena bastante forte é a do RAP cristão. Vou indicar dois; o blog Hip-Hop Gospel e o site Portal Rap onde você vai encontrar bastante informação sobre o assunto. Estes são alguns canais mas existe muito mais. E se você conhece algum bem legal, coloque o link ai nos comentários para gente divulgar. Grande abraço.

Links:

quinta-feira, 11 de maio de 2017

O ideal e o real na rede social

As postagens revelam a verdadeira face por trás das fotos tratadas do Facebook 
Cada perfil na maior rede social do nosso mundinho revela dois tipos de pessoa. Uma é a da foto da página pessoal e dos álbuns de fotos e a outra é a das postagens e curtidas. Se fossemos traçar um perfil dos usuários da rede, baseados nas imagens, chegaríamos á uma rápida e equivocada conclusão de que todo mundo é bonito, rico e come bem. Lógico que estou me referindo a nossa brava gente brasileira. Mas se formos traçar este mesmo perfil baseados em postagens, curtidas e compartilhamentos, chegamos a conclusão de que a maioria destes mesmos usuários, não tem valores bem definidos, são preconceituosos e extremamente egoístas, só pra começar.

As redes sociais, desde os tempos do finado Orkut, vem promovendo uma maior interação entre os seres humanos. Pessoas que não se viam e não se falavam há anos se redescobrem por elas. Mas por trás destes fenômenos benéficos existe uma dura realidade imposta pelo establishment, que leva há uma espécie de ostentação digital. Fotos tratadas, corpos perfeitos, lugares maravilhosos, comidas exóticas e festas, muitas festas. Sabemos que a maioria esmagadora dos mortais, como eu e você, não vive um mundo de glamour e holofotes. As dificuldades da vida diária, estão aí e atingem todos sem qualquer traço de preconceito. Então o que está acontecendo?

A Ditadura da fama, beleza e inclusão, transformou  muita gente em refém do sistema. As pessoas tem uma necessidade absurda de: serem aceitas, elogiadas, comentadas e de passar uma imagem de vencedores, sempre. Eu vejo este tipo de comportamento como uma espécie de falta de perspectiva e de projeto de vida. Converso com muitos jovens e sempre escuto a mesma coisa: "Quero ter grana, muita grana!". Esta redução de valores confinada a uma imagem, roupas de marca e lugares da moda, revela uma alma solitária que encontra no ego(ismo) a única saída. Mas por trás da maquiagem e dos cenários hollywoodianos, existe um ser humano com medos, desejos e pensamentos próprios. Mas como descobrir o SER por trás do PARECER? É aí que entra o conteúdo.

Por exemplo: estava vendo o perfil de alguém que conheço a realidade, para fazer uma comparação. A primeira vista parece ser uma pessoa altamente religiosa, muito bem sucedida, intelectual e que gasta seu muito tempo e dinheiro ajudando os desfavorecidos e pregando o evangelho, mas se continuarmos olhando começamos a perceber que a realidade da pessoa não é tudo aquilo e que na verdade é uma pessoa fútil, inconstante e acostumada a viver as custas dos outros. Num outro perfil, a pessoa parece um modelo que só frequenta lugares top. Mas aos pucos o que se vê é alguém vulgar, com pouquíssima bagagem cultural e com valores mal definidos ainda que queira dizer que é cristã.

São muitos exemplos e não vou ficar aqui relatando um por um, mas o que tenho visto é algo do tipo: Posta uma mensagem sobre o amor de Deus e curte o linchamento de alguém que cometeu um crime. Tira foto com livro na mão mas sequer sabe escrever decentemente. Coisas deste tipo! É uma geração que sente muita dificuldade em se posicionar e por isso vai sempre com a massa, para não parecer uma carta fora do baralho. Finge ser o que não é e ter o que não possui. É como se fosse uma prisão sem grades e sem correntes visíveis. Pense nisso!

Não sou psicólogo, mas mesmo sem um conhecimento profundo sobre a psique do ser humano é fácil identificar estas anomalias. Poderíamos ir além, analisando os grupos que a pessoa participa, as páginas que acompanha, mas vou ficar por aqui. Grande abraço!

domingo, 7 de maio de 2017

Desejamos ir lá, só que não

Existe uma canção na Harpa Cristã que a letra fala: Desejamos ir lá... Mas será que realmente desejamos?
Na carta do apóstolo Paulo aos Filipenses, no capítulo 1, versículos 23 e 24 ele diz: "Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo". Paulo sentia um profundo desejo de partir logo desta vida para estar com Cristo por toda a eternidade. No entanto, por amor das almas ele desejava continuar aqui para seguir fazendo a obra do Senhor. Mas e nós? O que nos impede de partir desta vida? Que desejos nos impulsionam a desejar continuar neste mundo?

Outro dia, eu conversava com uma pessoa sobre o Reino de Deus e ela me falou que ainda é muito jovem para morrer e que precisava aproveitar a vida. E percebo na maioria das pessoas um desejo muito forte pelos prazeres que o mundo oferece. Uns querem construir suas carreiras profissionais, outros querem possuir bens materiais, outros querem fama e fortuna, outros só a fama e há até aqueles que não querem nada disso mas almejam um mundo melhor, mais justo. Mas em todos estes casos sempre existe um desejo de permanecer aqui. É aquela velha máxima: todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer. Mas não há outra maneira de ir pro céu!

A Bíblia Sagrada não diz muita coisa sobre como é o céu mas deixa bem claro o que ele não é. De acordo com as Sagradas Escrituras, lá não existe tristeza, doenças, inveja, despesas, e nem toda sorte de males e empecilhos que são comuns neste nosso mundo. Mas mesmo sabendo que lá é um lugar melhor (muito melhor) do que este, não queremos partir desta vida. Não estou me referindo àqueles que não creem em Deus, pelo contrário, me refiro aos que professam a fé cristã e que propagam que o céu é um lugar melhor. Só existem dois motivos para um crente em Jesus não desejar partir: ou é por conta de um profundo amor pelo próximo ou apenas um desejo egoísta de quem ainda não compreendeu, verdadeiramente, quem é Deus e a importância do sacrifício feito por Jesus, na cruz do calvário.

Se aquilo que nos move em direção a este mundo é apenas o desejo de realizarmos nossos projetos pessoais e materiais, então devemos rever a nossa fé pois estamos sendo motivados erroneamente. Pense nisso!

terça-feira, 2 de maio de 2017

Modos & Estilos #018 - Secos & Molhados - Secos & Molhados II

Um álbum a frente de seu tempo e que ainda soa surpreendente!
A banda Secos & Molhados criada, em 1970, pelo cantor e compositor português, radicado no Brasil, João Ricardo, teve muitas formações. Mas nos anos de 1973 e 1974 o grupo teve a formação considerada clássica composta pelo próprio João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Gérson Conrad (vocais e violão) e Ney Matogrosso (vocais).  Com este time gravaram os dois primeiros álbuns da banda que são verdadeiras obras primas da música brasileira: Secos & Molhados I (1973) e Secos & Molhados II (1974).

O impacto causado pela banda foi arrebatador. Numa época difícil para o país, os Secos & Molhados ousaram em tudo. Na musicalidade inovadora, nas letras, no visual extravagante, na mistura de sons e ritmos com elementos do rock, jazz, progressivo, folclore português, MPB e muito mais. Apesar do tempo, o trabalho realizado a esta época,continua atual e ainda surpreende os ouvidos mais atentos.

Mesmo não tendo obtido o mesmo sucesso e volume de vendas do primeiro disco, Secos & Molhados II é, na minha opinião, não apenas o melhor trabalho do grupo, mas um dos melhores álbuns produzidos no Brasil e pode facilmente figurar entre as grandes coleções da música mundial. Mas nem tudo são flores, o álbum originalmente foi prensado em vinil não virgem o que prejudica um pouco a qualidade sonora e merece uma remasterização. No entanto este detalhe não o deixa menor e menos importante. A capa simples, minimalista e intrigante já dá uma mostra do seu conteúdo.

Menos rock que seu antecessor, as músicas do disco passeiam por vários estilos e criam um clima de delírio e introspecção com arranjos muito bem construídos e uma performance vocal primorosa de Ney Matogrosso. Nas letras temos um desfile de autores como:  Julio Cortázar, João Apolinário, Fernando Pessoa e Oswald de Andrade além do próprio João Ricardo, Paulinho Mendonça e uma parceria com a cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira, Luhli, na faixa Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc.

Além do Trio, participam deste álbum os músicos: Norival D'Angelo (bateria, timbales e percussão), Sérgio Rosadas (flauta transversal e flauta de bambu), John Flavin (guitarra elétrica e violão de 12 cordas), Willi Verdaguer (contrabaixo elétrico), Emilio Carrera (piano, órgão e acordeão), Triana Romero (castanholas) e Jorge Omar (violões e viola). Destaque para o baixista Willi que dá um show de técnica e musicalidade. Mas vamos às músicas:

01 - Tercer Mundo (João Ricardo/Julio Cortázar) - Música no estilo flamenco, com castanhola e tudo. Num clima bem revolucionárioe um belíssomo de trabalho de violões.
02 - Flores Astrais (João Ricardo/João Apolinário) - Foi o hit deste álbum, tocado e retocado em tudo que é lugar. Clima psicodélioco, meio prog, meio pop. Excelente.
03 - Não: Não Digas Nada (João Ricardo/Fernando Pessoa) - Mais uma acústica. Num belíssimo arranjo sobre um poema de Fernando Pessoa. 
04 - Medo Mulato (João Ricardo/Paulinho Mendonça) - Num clima de suspense  a letra fala dos medos que rondam as mentes alimentadas pelas histórias de fantasmas. Tem um clima meio circense e um arranjo de flauta muito bom.
05 - Oh! Mulher Infiel (João Ricardo) - O Violão passeando em um acorde trás a melodia que denota intimidade. É o próprio João Ricardo que canta. Dá a sensação de uma pausa.
06 - Voo (João Ricardo/João Apolinário) - Com um baixo magistral a música tem uma levada meio prog que passa bem a sensação de algo voando. Rock de primeira meio folk sobre o poema de João Apolinário.
07 - Angústia (João Ricardo/João Apolinário) - Mais uma que o baixo de Willi simplesmente arrasa. Rock setentista com uma intervenção de guitarra com sonoridade bem psicodélica.
08 - O Hierofante (João Ricardo/Oswald de Andrade) - Rock de alta qualidade sobre um texto de Oswald de Andrade deixando claro que, se Ney era a voz da banda, João Ricardo era o cérebro.
09 - Caixinha de Música do João - (João Ricardo) - Faixa curta e melancólica que funciona como uma transposição para a a última parte do álbum.
10 - O Doce e o Amargo (João Ricardo/P. Mendonça) - Mais um trabalho de cordas bem cunstruido que nos levam a refletir.
11 - Preto Velho (João Ricardo) - Tema contemplativo com uma flauta lindíssima e o vocal de João ricardo num poema introspectivo que olha direto para a alma.
12 - Delírio (Gérson Conrad/P. Mendonça) - Blues arrasa quarteirão de arrepiar. Sempre falo como é difícil fazer blues em portugues, tem que ter muito talento e os caras esbanjam.
13 - Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc (João Ricardo/Luhli) - Rock Psicodélico com todas as nuances do estilo, com um vocal sussurrado mostrando o quanto os caras poderiam ter produzido juntos.

Conclusão

Secos & Molhados II é um disco formidável que não pode faltar em nenhuma coleção. Uma obra musical a frente de seu tempo. O talento musical de João Ricardo está a flor da pele, a voz de Ney está impecável. Enfim, uma produção nacional que nos dá orgulho de ser brasileiro.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

Saia do templo e seja cristão!

Não vá dizer que eu estou dizendo para você abandonar a denominação que costuma frequentar. Leia a postagem para entender.
Antes que alguém venha me acusar de estar incitando as pessoas a deixarem da igreja quero deixar claro que entendo ser altamente necessário que o cristão faça parte de um grupo, de uma denominação, onde possa se reunir com outros indivíduos que partilham das mesmas ideias e ideais. Eu mesmo já frequentei algumas denominações religiosas e hoje estou a frente de um trabalho. O objetivo deste artigo é chamar a atenção para a nossa função primordial enquanto cristãos.

Depois que Jesus completou a sua missão, nesta terra, entregando a sua vida e ressuscitando ao terceiro dia, antes de partir ele nos deixou uma tarefa para ser executada por todos os seus seguidores que foi registrada no Evangelho de Jesus escrito por Mateus:
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Marcos 16:15-18.
Não há como não entender este texto. Ele é explícito. A ordem é ir por todo o mundo, pregando a toda criatura. Isto não se faz dentro de um prédio, pois nem todos estarão dispostos a ir a igreja para ouvir a pregação é preciso sair para fora. Quando pensamos a igreja como um corpo composto por aqueles que seguem Jesus temos que entender que esta possui um legado social. O Evangelho precisa ser anunciado e para isso temos que estar dispostos a ir. Não é uma escolha e sim de obediência a uma ordem dada pelo próprio Jesus. Quando vejo as igrejas organizando encontros de crentes, festas pra crentes, congressos para crentes, entendo que estes encontros são importantes para transmissão de conhecimento mas não tem nenhum sentido se após o encontro não utilizarmos o conteúdo adquirido para cumprir o ordem de pregar o Evangelho.

Outra coisa que me chama a atenção é o texto "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." Note que a função do anunciante não é converter pessoas para levá-las a igreja e sim apenas anunciar o Evangelho. No que diz respeito a conversão, é uma decisão pessoal daquele a quem a mensagem foi anunciada.

Em seguida temos algo muito interessante: "E estes sinais seguirão aos que crerem" ou "Estes sinais acompanharão os que crerem" (NVI) ou "Estes milagres acompanharão os que crerem" (Católica) ou "Estes sinais hão de acompanhar àqueles que creem" (Soc. Bibl. Britânica). Este texto vem logo após do "quem crer e for batizado". Posso estar enganado mas para mim o texto está dizendo que aquele a quem for anunciado o Evangelho e ele der crédito os sinais já se manifestarão ao novo crente, assim como já deveriam estar se manifestando em nós desde que demos crédito a pregação.

Não vou entrar nos sinais e nos desdobramentos que eles sugerem por tratar-se de um assunto vasto e longo que irei tratar numa próxima oportunidade. O que quero com este texto é deixar evidente que a missão do crente não se restringe a pertencer a uma denominação e participar das atividades desta, mas vai muito além disso. Temos uma função social motivada pelo amor ao próximo que é a de anunciar as boas novas do reino. Não podemos em hipótese alguma, esquecer disso. Precisamos nos conscientizar desta missão e ter a convicção de utilizar todos os meios a nossa disposição para realiza-la de forma plena. Espero, sinceramente, em Cristo, que este artigo te ajude a tomar uma posição assim como está me ajudando. Grande abraço.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Qual a sua trilha sonora?

Já que a vida é como um filme, nada mais justo do que uma trilha sonora adequada...
Pink Floyd
Desde que eu me entendo por gente, a música faz parte da minha vida. No começo, não era algo assim tão importante mas quando eu tinha oito para nove anos algo aconteceu. Nós morávamos em Curitiba, bem no centro, na rua Senador Alencar Guimarães. A casa da frente era alugada para um restaurante e nos fundos desta havia um quitinete que era alugado para um hippie. As vezes eu ia lá, para ouvir música e numa dessas vezes eu fui apresentado ao Pink Floyd. Foi amor a primeira audição. Me apaixonei por aquela música cativante, misteriosa e envolvente. Também, não era para menos, afinal The Dark Side Of The Moon é um petardo que impressiona até hoje. O Peninha (o hippie que morava no quitinete) gravou uma fitas para mim que eu ouvia em um gravador mono, que meu pai havia me presenteado.

Led Zeppelin
Quando mudamos para o Rio de Janeiro em 1973, a música continuou sendo uma espécie de trilha sonora da minha vida. Em casa, as tardes eram preenchidas com óperas e operetas que meu padrinho adorava. Eram seis discos por vez numa radiola Philips. Logo ganhei meu próprio toca discos. E começaram a vir os discos. O primeiro álbum que eu comprei foi o Machine Head, do Deep Purple, até que em 74 conheci o Led Zeppelin. Mais uma vez fui impactado e virei fan de carteirinha. Comprei todos os álbuns, aguardava os lançamentos, tinha discos piratas, posters, livros e tudo o que saísse sobre a banda. Na esteira do Led curti muita coisa: Huriah Heep, Deep Purple, Queen, Ted Nugent, Slade e muito mais. Até que ouvi o Emerson, Lake And Palmer e mergulhei no Progressivo com Yes, Triumvirat, PFM, Camel, Renaissance, Jethro Tull, Alan Parson, Supertramp, etc. Certa vez, uma amiga me deu o Álbum Branco do Beatles e finalmente entendi a importância dos quatro garotos de Liverpool. O Abbey Road ainda é, para mim, um daqueles álbuns perfeitos do início ao fim.

Oswaldo Montenegro
Paralelamente a este mundo de baixos guitarras e baterias, conheci, através dos meninos que moravam no mesmo prédio, o chorinho. Como não se derreter ao som do bandolim do Jacob do Bandolim, do cavaquinho do Valdir Azevedo e da flauta do Altamiro Carrilho, isso sem falar nos arranjos do mestre Radamés Gnatalli. Na esteira do chorinho veio uma tal de MPB com os versos magistrais de Chico Buarque, a voz encantadora de Elis Regina, as construções inquietantes de um Zé Ramalho e as baladas de um menestrel chamado Oswaldo Montenegro. É claro que o rock tupiniquim também fez parte desta lida com as Mutações dos irmãos Dias (Mutantes), os trejeitos dos Secos & Molhados, o fruto proibido da Rita Lee que na Casa das Máquinas, rezava um Terço bem Made In Brazil.

Cólera
Mas chegaram os anos oitenta e descobri uma nova força, mais energética, rude e direta. Entrei de cabeça no Punk Rock. Ao som dos Pistols, Clash, Ramones, Toy Dolls, Discharge, GBH, ExploitedDead Kennedys e MDC. Pirei de vez e vi que não estávamos perdidos pois por aqui também tínhamos nossos representantes como: Psikoze, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. O Impacto do Punk Rock foi tão forte que montamos as bandas Maus Elementos e Paz Armada, em Curitiba, e ainda toquei com o Resistência Nacional e com O Corte.

Antidemon
Em meados da década de 90 conheci Jesus Cristo e minha vida deu uma guinada de 180°. Descobri que cristãos fazem música de alta qualidade e começou tudo de novo. Me encantei com o rock do Tourniquet, Narnia, Bride e Mortification. Me maravilhei com o progressivo do Iona, Ajalon, Unitopia e Neal Morse Band, com a brasilidade do Fruto Sagrado, Katsbarnea, Palavraantiga, Resgate, Antidemon e Rebanhão e com o punk de Value Pac, Slick Shoes, One Bad Pigs e Grave Robber. E Mais uma vez o Punk me levou a montar bandas. Primeiro foi o CHC, depois a Holy Factor e atualmente o Experimento Holy Factor.

É claro que está faltando muita coisa bacana. Mas o espaço é pequeno e não da pra citar todas as bandas que me influenciaram nesta caminhada até aqui. Mas e você, qual é a sua trilha sonora? Comente ai para descobrirmos novos sons.