sábado, 22 de outubro de 2016

Experimentar é preciso!

Experimento Holy Factor - Logo Oficial

Minha escola musical começa lá nos anos 70 com muito Pink Floyd, Deep Purple e Led Zeppelin. Depois foram vindo outras bandas como: Uriah Heep, Focus, Emerson Lake Palmer, Yes, Triumvirat, Supertramp, Mutantes, etc. Muita coisa mesmo complementada com rock nacional, MPB, chorinho e por ai vai. Nos anos oitenta veio a fase punk que me levou a tocar.

Montamos as bandas Maus Elementos (Punk Rock) e Paz Armada (Hardcore Oldschool), ainda passei pelo Resistência Nacional (Oi) e O Corte (Pós Punk).

No final dos anos noventa descobri a beleza que existe no Evangelho de Jesus. Através do cristianismo comecei a tocar em grupos de louvor até que em 2002 montamos o CHC (Punk Rock) e em 2010 o Safra Vintage (Hard Rock) em 2013 veio o Holy Factor (Punk Rock) que foi a realização de um sonho que resultou em um Álbum e um EP digitais e a participação em três coletâneas, sendo uma delas internacional, pela Thumper Punk Records da Califórnia.

Com o crescimento da cena Underground cristã e do Punk Cristão poderia continuar na mesma linha com a certeza de mais participações em coletâneas e, quem sabe, um álbum físico. No entanto, devido as muitas influências musicais veio a vontade de fazer um trabalho mais diversificado sem estar atrelado a um rótulo.

Por essa razão o Holy Factor agora se chama Experimento Holy Factor assumiu uma nova identidade visual e está preparando um novo material com novas canções e releitura de algumas antigas.

Confira nos vídeos abaixo um trecho do que estamos preparando...




terça-feira, 24 de maio de 2016

Modos & Estilos #09 - Kansas - Kansas

Escolher um álbum da banda americana de rock progressivo, Kansas, não é uma tarefa das mais fáceis. Por isso resolvi me ater aos álbuns lançados na década de 70. Mesmo assim não foi tão simples quanto eu supunha, por isso escolhi o álbum homônimo que marcou a estréia da banda, lançado em 1974.

O grupo foi formado em 1970 mas sofreu algumas mudanças até chegar a formação do álbum de estréia, com: Phil Ehart – bateria e percussão; Dave Hope – baixo e vocal; Kerry Livgren – guitarra, teclados e vocal; Robby Steinhardt – violino e vocal; Steve Walsh – teclados, percussão e vocal e Rich Williams – guitarra.

O álbum de estréia foi gravado no Record Plant Studios, de Nova York, em 1973 e lançado em março de 1974. Produzido por Wally Gold, chegou as lojas pelos selos Kirshner - Legacy/Epic.

Suas oito faixas fazem um passeio por um prog rock da melhor qualidade unido a elementos do folk e do hard. Deste disco ainda foram lançados dois singles com as músicas: Can I Tell You em 74 e Bringing It Back em 75. As músicas foram compostas, na maioria, por Livgren e Walsh sendo que as canções de Livgren são mais longas, mais elaboradas e repletas de misticismo.

Enfim, trata-se de uma compilação que não pode faltar em nenhuma discoteca digna de respeito. O trabalho foi relançado em CD em 2004 com uma faixa bônus (Bringing It Back) gravada ao vivo e relançado em vinil em 2014. O Kansas é uma banda que emplacou grandes sucessos ao longo de sua carreira e que influenciou muitos grupos. Vale a pena a audição deste trabalho assim como de toda a discografia do grupo.

Ouça o álbum no Spotfy clicando no Link abaixo:
https://open.spotify.com/album/5DwyFzATQVpvXqG4HXaJMj


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Colocando Deus de Lado

Estava escutando algumas músicas evangélicas dessas cantoras e cantores famosos no meio, e como de costume fiquei prestando atenção nas letras das canções. Sem nenhum medo de errar, 90% do que escutei foram coisas do tipo: "eu posso...", "eu vou",  "eu derrubo", "eu quero", "a vitória", "o inimigo", "quero a unção de Davi", "vou derrubar o gigante", "vou ser reconhecido", "você vai passar por cima", "você vai vencer", "você é vencedor", "você pode" e por aí vai... Isto é apenas uma amostra, pois a lista é interminável.

Não estou dizendo que estas afirmações não acontecem na vida do servo de Deus, pois creio num Deus Onipotente para qual não existe impossível. A minha crítica aqui a para a centralidade das mensagens. O foco principal da maioria das letras é sempre o homem e as realizações pessoais. Mesmo quando há uma aura de espiritualidade é para conseguir uma unção divina que propicie uma realização humana.

Deus deixa de ser o centro da adoração e passa a exercer a mera função de um gênio saído das mil e uma noites para realizar nossos desejos, como um garoto de recados a disposição dos desejosos. Mas quais as implicações dessa prática.

Existem inúmeros malefícios que podem surgir desta tendência, mas talvez, o mais sério, a transferência do objetivo da adoração. Dentro do pensamento cristão, somente Deus na sua manifestação trina é digno de ser adorado. Qualquer desvio desta linha mestra transforma adoração em idolatria. Sei que é uma afirmação forte mas não há como negar que a origem de ações que tiram Deus da sua posição principal e o colocam como coadjuvante, ainda que o exaltem, não tem base na divindade e sim na oposição a mesma. Em resumo: são manifestações humanistas que colocam o homem no centro do universo que podem ter inspiração na soberba do homem ou pior, no maligno.

Canções de auto-ajuda, com mensagens sociais e políticas, músicas românticas não são erradas e nem se constituem em pecado. Não há nenhum problema em escutá-las fora do ambiente do culto e consciente de que não possuem conteúdo teológico voltado ao serviço cristão. O grande entrave é quando estas peças musicais são utilizadas nos cultos levando as fiéis a deixarem de adorar a Deus.

Temos que ter um cuidado extremo ao escolher as músicas que serão utilizadas durante o culto. Elas devem ser de: louvor e adoração. Devem exaltar a Deus acima de tudo. O culto não é o lugar para solucionar problemas pessoais. A bíblia já define um lugar para isso. É o seu quarto!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A Tampa e a Panela

Existe um adágio popular que diz que, para cada panela existe uma tampa única e específica. Particularmente nunca acreditei nisso pois entendo, que num mundo com sete bilhões de panelas e tampas, existem muitas tampas que cabem em muitas panelas, ou seja, não existe, na minha concepção, uma pessoa única, preparada para outra pessoa igualmente única. Resumindo, para cada indivíduo, em sua existência singular, existe uma infinidade de outros tantos semelhantes que possuem o potencial, incontestável, de se tornar um parceiro ideal do primeiro. Mas voltemos as panelas.

Quando você compra uma nova para a sua cozinha, qualquer tampa do mesmo modelo irá se encaixar com perfeição e até mesmo tampas de outras panelas poderão servir. Mas com o tempo, os esbarrões, as quedas, as dilatações e contrações provocadas pelas mudanças de temperatura e o desgaste promovido pelo tempo e pelo uso farão com que aquela panela já não se adapte a nenhuma tampa que não seja a original.

Este fenômeno também se dá no campo das relações humanas, principalmente nas relações conjugais, onde o nível de cumplicidade e intimidade é muito maior. É lógico que me refiro a relações onde o amor se faz presente e guia a união. O tempo cria marcas e imperfeições que são únicas em uma parceria afetiva desta magnitude, produzindo uma conectividade ímpar que não pode ser reproduzida, na mesma intensidade, se houver a troca de um dos envolvidos. O tempo nos leva a desvendar cada vez melhor o outro.

Quando vejo casamentos se desfazendo com poucos anos e alguns até mesmo em meses, percebo que não houve tempo suficiente para criar um cenário relacional favorável onde a paixão, o amor, o afeto, a amizade, o companheirismo e tantos outros sentimentos, formam um entrelaçamento firme e homogêneo  criando uma espécie de cola que faz com que dois indivíduos sejam um, cumprindo o desígnio divino de serem; homem e mulher, uma só carne. Pense nisso. O tempo transforma o comum em único e faz com que nenhuma tampa se encaixe em sua panela com tanta perfeição quanto aquela.

quinta-feira, 24 de março de 2016

A Catarse Vermelha

Imagine, por um momento, que uma guerra civil teve início, aqui em nossa pátria, mãe gentil! Brasileiros contra brasileiros. Irmãos de nacionalidade separados por um abismo ideológico

De um lado a galera que quer trabalhar, estudar, construir, sair com os amigos, pegar uma praia, ir ao cinema, passear no shopping, ir a igreja, investir em seus projetos pessoais, que não está a fim de confusão mas sente no bolso o peso de uma economia mal administrada que está sugando seu poder de compra e que pensa, seriamente em não fazer nada nesta páscoa porque o chocolate está mais caro que o ouro. A típica galera da paz que quer curtir a vida e colher os frutos do seu esforço e investimento, que paga impostos, taxas, alíquotas, encargos. Um grupo que engorda todas as estatísticas. É o que mais investe,  mesmo que compulsoriamente, é o que mais perde tanto na pesada carga tributária quanto pela violência generalizada que faz crescer a cada dia o número dos chamados fora da lei. Uma galera da paz, que foi a primeira a apoiar o desarmamento e se desarmou por crer que a paz é possível. Que mesmo na dificuldade ajuda Ongs, entidades, faz trabalho voluntário, investe na carreira, curte o mundo virtual e que, num país com oito mil quilômetros de faixa litorânea, prefere ir a praia do que ir a guerra. Gente como eu e você. Mas, e o outro lado?

Do outro lado temos uma multidão significante de homens e mulheres desprovidos de recursos e mantidos num limiar entre continuar sofrendo ou ter uma vida um pouco melhor. Gente como eu e você, que gosta de se divertir com os amigos, tomar uns goles, jogar bola, passear na cidade com as crianças e tomar um sorvete na praça, conhecer o mar e no fim de semana bailar num clube dançante até o sol raiar. Gente que frequenta a missa, o culto, a procissão, que perece na fila do SUS, que já passou muita fome e não quer passar mais. Que deseja ver seus filhos vencendo na vida e construindo um futuro melhor que o seu. Brasileiros que querem viver como vivem os outros brasileiros.

Mas se eles querem viver como os outros, porque iriam querer uma guerra? E aí que a porca torce o rabo! Não são eles que querem. Eles foram convencidos de que o primeiro grupo é o grupo dos maus que os deixou nesta situação, foram doutrinados a crer que o governo que esta aí é uma espécie de messias que irá tirá-los da pobreza e da fome mas que os maus não querem deixar e agora estão tentando derrubar o governo e lhes deixar novamente na miséria. Embriagados pela possibilidade de viver bem e o medo de preder as migalhas que caem da mesa de seus donos, estão sendo induzidos a defender com unhas, dentes e foices os seus senhores como o cão que defende seu proprietário. Na verdade se dependesse deles, não haveria conflito, mas foram condicionados por elementos infiltrados em posições estratégicas que tem controle sobre pequenos grupos que arrastam os outros.

É uma estratégia maligna e cruel mas que produz os resultados esperados. Tudo o que este governo quer agora, é um enfrentamento sangrento e um mártir da causa para servir de estopim para uma tomada de poder mais radical ainda. Não estão brincando e não tem nenhuma pretensão de deixar o poder. Para enfrentá-los temos que ser mais inteligentes e antecipar suas ações, sem enfrentamento direto mas expondo suas reais intenções e minando sua credibilidade através das contradições que eles mesmos produzem. Não temos armas mas temos cérebros. Não temos foices e nem martelos mas temos nossa honra, nossos teclados, nossas câmeras. Não pense que não sabemos utilizar nosso arsenal, pois enquanto eles tramam e organizam invasões nós estamos observando e absorvendo. Lógico que isso é apenas uma hipótese mas é bom ficar alerta!

terça-feira, 22 de março de 2016

Cansei de Ser um Número


Paulo acordou iluminado naquela segunda-feira. Já nos primeiros raios de sol que invadiram o pequeno quarto de hotel onde morava, levantou e começou a procurar papeis e documentos. Separou tudo em cima da cama, ainda por arrumar. Cada contrato, contas a pagar, identidade, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho, documento do carro, cartão de banco, crachá da empresa, tudo continha um número de identificação. Esta avalanche aritmética rapidamente passou da constatação ao espanto e deste para um, até então, inexplicável desespero. Paulo entendeu que, para o sistema que faz a gestão da sociedade, não existem pessoas, indivíduos ou particularidades. Tudo e todos são resumidos a coleções de algarismos, um após o outro em sequências intermináveis.

Perturbado com sua descoberta acidental, Paulo resolveu falar com Elga, amiga de longa data, que sempre esteve ao seu lado nesses momentos críticos. Efetuou a ligação e do outro lado, uma voz mecânica informou que o número chamado estava indisponível naquele momento. Nunca havia se dado conta de que todos seus contatos eram números em uma agenda. Instantaneamente tudo a sua volta começou a mostrar seus números. Medidas, preços, idades, peso, volume, datas e tantos outros, impossíveis de contabilizar.

Chegou a conclusão que se permanecesse em seu quarto, em poucos minutos enlouqueceria. Resolveu sair. Desceu os 22 degraus da escada que dava acesso ao saguão do hotel. Deixou a chave do seu quarto, número 111 e saiu. Andou até o número 248 onde uma lanchonete 24 horas orgulhava-se de estar completando 50 anos. Pediu 1 pastel de carne e 1 suco de laranja. O atendente lhe perguntou se queria o de 300ml ou 500ml. Pediu o de quinhentos. Enquanto comia assistiu ao noticiário do canal 28 que dava a noticia de 5 mortos em acidente na BR 273. Olhou o relógio que marcava 7 horas e 15 minutos. Pagou a despesa de 10 reais e 40 centavos e saiu em direção do ponto de ônibus que distava 200 metros dali.

No ponto uma placa indicava os números das 21 linhas que passavam naquele itinerário, Quando viu o ônibus 455, fez sinal, entrou e pagou os 3 reais e 30 centavos da passagem. Foi até o fundo do veículo e ocupou 1 dos 5 lugares vazios do total de 21 lugares.

Foi ainda dentro do ônibus que Paulo teve os primeiros sintomas da desconexão. Sua visão começo a embaralhar e as imagens a sua volta que até então sempre haviam refletido aquilo que ele considerava como a realidade, começaram a se transformar em sequencias numéricas. Não era permanente, as imagens iam e vinham como uma tela com mau contato. Paulo começou a sentir medo. Esfregava os olhos como que tentando limpar a visão mas o efeito não passava. Os outros passageiros começaram a perceber sua inquietação. Alguns ficavam observando enquanto outros, meio assustados, iam para a parte da frente do veículo.

Atordoado com aquilo resolveu descer no próximo ponto. Ao descer, sem muita certeza de onde realmente estava, uma mão suave segurou seu braço puxando-o para um edifício de escritórios logo a frente. Enquanto o conduzia, a jovem que parecia ter saído de um anime, lhe perguntou:
- Você está vendo os números?
- Estou. O que está acontecendo?
- Não há tempo agora, logo você vai entender. Rápido, eles estão perto.
- Eles quem? 
- Não dá pra explicar agora, venha logo!
Subiram dois lances de escada e passaram por dois bêbados que gritaram com a euforia do álcool:
- Vai corintiano....
Chegaram numa porta com o número 122 onde um telefone tocava insistentemente.
- Atenda o telefone - Disse a jovem.
- O que!
- Atenda logo esse telefone.
Paulo retirou o aparelho do gancho e mal teve tempo de dizer alô.

Com um rápido clarão ele desapareceu da pequena sala. A garota anime colocou o fone no gancho e apos 2 segundos. ele tocou novamente e ela atendeu e sumiu da mesmo forma que Paulo. Praticamente no mesmo instante, dois homens vestindo ternos impecavelmente bem feitos entraram na sala. Um deles correu até o aparelho mas ouviu apenas o sinal de ocupado indicando que a conexão fora interrompida. Ele desferiu um golpe sobre a mesa e proferiu alguns insultos. Enquanto isso o outro homem de pé em frente a porta conversava por rádio dizia aos seus superiores:
- Não! Não chegamos a tempo e o programa foi desconectado. Perdemos este!

sábado, 19 de março de 2016

Somos Todos Haters

Você já parou para pensar que, uma boa parte do que possuímos não serve para nada. Por exemplo: aqui em casa somos três pessoas e tem doze copos no armário. Inevitavelmente, os copos vão sendo utilizados até não ter mais nenhum no armário e nessa mesma pegada vão os pratos, canecas, talheres, panelas, etc.

Esta prática endêmica de acumular coisas se espalha em todos os aspectos da nossa vida. Roupas, calçados, celulares, bugigangas de todas as espécies e formatos, que nunca, ou quase nunca, são utilizados e tomam o lugar daquilo que realmente poderia ser relevante. Isto sem falar daquelas tralhas que ficam juntando pó nos sótãos, porões, quartinhos da bagunça e caixas de papelão.

Já comentei em outra postagem mas vou falar de novo. O ser humano tem apenas cinco necessidades básicas para viver, e todas começam com a letra A: Água, Ar, Alimento, Agasalho e Abrigo. O problema é que poluímos o ar, engarrafamos a água, modicamos o alimento, colocamos etiquetas no agasalho e entregamos nossos abrigos nas mãos das empreiteiras. Somados as essas necessidades, suficientes para viver e seguir em frente, temos mais duas que nos completam como seres humanos. É o Amor e Afeto. Mas mesmo essas conseguimos desvirtuar de sua vocação inicial. Erotizamos o amor reduzindo-o a categoria de mero e momentâneo prazer e virtualizamos os afetos em coleções de "amigos" nas redes sociais. Nisso também nos tornamos acumuladores.

Quantos amigos você tem no seu Facebook? Agora vamos rever este número. Destes tantos, quantos são realmente seus amigos? Não estou aqui pregando que devemos descartar pessoas, mas pense quantas destas pessoas são apenas um número em sua coleção de fotos de perfis. E quantas dessas fotos retratam a realidade, sem retoques, sem máscaras, sem Photoshop?

Precisamos, urgentemente, reavaliar nossos conceitos para não morrermos asfixiados por esta montanha de inutilidades e futilidades que nos fazem lutar desesperadamente pela última novidade, pelo like, pelo compartilhamento. Alcançamos uma sociedade onde tudo está interligado mas quase nada está relacionado. Estamos apagando, mais e mais, a cada dia, a única chama que precisa estar acesa em nossas vidas: o amor. Estamos todos nos tornando Haters.