domingo, 6 de março de 2016

No Tempo em que as Escolas Ensinavam a Ler

Uma das coisas mais bacanas que foram produzidas no Brasil foi a coleção Vaga Lume da Editora Ática, lançada na virada de 1972 para 1973.
Apesar da editora não divulgar números oficiais, estima-se que, somente o título A Ilha Perdida de Maria José Dupré vendeu mais de dois milhões de exemplares, um número assombroso num país onde a prática da leitura não tem lugar de honra entre a maioria da população, principalmente nos dias atuais onde percebe-se claramente um declínio progressivo dos hábitos intelectuais.

Voltada para o público infanto-juvenil a série foi sucesso absoluto, com tiragens de seis dígitos e custo acessível foi rapidamente adotada pelas escolas para abrir caminho ao ingresso no mundo mágico da literatura.

Além disso a série trazia autores extremamente capazes que criaram histórias cativantes e envolventes, responsáveis por formar uma geração de leitores mais críticos. Alguns desses autores transformaram a coleção em sua casa, como é o caso de Marcelo Duarte que publicou seus cinco livros de ficção, todos na série, chegando perto dos 250 mil exemplares vendidos, assim como Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Nonato, que chegou a ter 15 títulos publicados, entre eles, o consagrado: O Mistério das Cinco Estrelas, com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos.

Muita gente descobriu a beleza das letras através dos mais de cem títulos lançados pela coleção. Em 2015 a editora, que completou 50 anos, deu uma renovada na coleção dando um visual mais atraente para os atuais 75 títulos, que podem ser adquiridos pelo site (Link para a loja). Além disso o famoso Escaravelho do Diabo de Lúcia Machado de Almeida vai para a tela grande com estréia em 14 de abril.

Eu li alguns títulos da série, que me levaram a pegar gosto pela coisa e em pouco tempo já estava decolando para viagens mais fantásticas nas linhas de autores como Arthur Clark e Isaac Azimov. Não que eu seja saudosista, na verdade sou. mas era um tempo em que liamos bons livros, assistíamos bons filmes e ouvíamos boa música.

É uma pena que o impacto hoje não seja o mesmo. Entendo que os tempos mudaram, a tecnologia transformou os formatos mas eu vejo nessa garotada uma falta de valores que eram comuns na minha adolescência. Até me deu vontade de ler um desses livrinhos maravilhosos.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Ninguém é Inocente!

Hoje eu assisti um vídeo gravado no Rio de Janeiro, num cruzamento bastante movimentado, onde, em poucos minutos são flagrados dezenas de assaltos praticados, na maioria das vezes, por menores infratores.

As cenas são revoltantes em vários aspectos: as ações dos meliantes são efetuadas durante o dia numa tranquilidade intrigante, de quem tem a plena certeza de que não será ameaçado em momento algum, seja pelas vítimas, seja pelos demais transeuntes e quem dera pela polícia. Além disso é inacreditável a apatia das pessoas próximas, que seguem seu caminho passando ao lado das vítimas como se nada estivesse acontecendo. Tudo isso e muito mais aliado a falta de policiamento e tantos outros absurdos.

Alguns reagem e colocam os maus elementos para correr, outros simplesmente entregam seus pertences e seguem seu caminho. Mas não é sobre isto que eu quero escrever. Já tem muito artigo abordando as causas da delinquência juvenil, o abismo social, a falta de educação nos lares inexistentes e a baixa qualidade do ensino nas escolas públicas onde é preferível dar uma nota do que levar um tiro e por aí vai.

O ponto onde eu quero chegar é muito simples e direto. Se não existisse usuário não existiria traficante. Da mesma forma se não houvesse o receptador não haveria o usurpador. Uma boa parte dos objetos roubados vai parar nas famosas feiras do rolo onde serão vendidos a preço de banana.

Não creio que quem compra um iPhone por R$ 100,00 não tenha consciência de que é um objeto roubado. Como diriam os Sex Pistols: No One Is Innocent. Esta falta de carater, não é um privilégio dos brasileiros mas parece que em terras tupiniquins ela é mais ativa. Uns compram objetos roubados, outros usam internet e tv por assinatura sem pagar, Estacionamos nas vagas reservadas, furamos filas, matamos o horário no serviço, pegamos o wi-fi do vizinho. Estas e outras práticas parecem estar impressas no DNA das pessoas

Mas calma. Como diz o Nando Moura, o que está ruim sempre pode piorar. E não só piora como fede, quando aqueles que deveriam salgar a existência e iluminar o caminho dos fracos fazem as mesmas coisas ou até piores. Ai meu irmão, só resta uma coisa a dizer: Maranata! Volta logo, Jesus, se não não vai sobrar igreja pra ti!

Ah! Aproveita e curte No One Is Innocent do Sex Pistols com a participação pra lá de especial de Ronald Biggs.

terça-feira, 1 de março de 2016

Analfabetismo Funcional

Tecnicamente, analfabetismo funcional é a incapacidade do indivíduo em compreender a mensagem de um texto, mesmo tendo a capacidade de ler o texto. Resumindo, para ser um analfabeto funcional é necessário ter sido alfabetizado.

Eu trabalho com suporte online e convivo com isto diariamente e tenho percebido que além do fato das pessoas não compreenderem o que estão lendo, a maioria nem sequer lê o que está escrito. Vou dar um exemplo: eu comercializo mídias digitais offline, e na descrição do anúncio está escrito o seguinte: Para Jogar Somente Offline - Pois bem, uma das perguntas que mais me fazem é: Dá para jogar online? Isto é só um exemplo simples, mas tem coisas bem piores. E não tem nada a ver com classe social. A maioria dos meus clientes são pessoas com um bom poder aquisitivo, estudam em colégio particular, fazem faculdade, etc.

Eu não sou uma pessoa preconceituosa mas tem momentos que dá vontade de sair correndo quando me deparo com o monstro da ignorância. As pessoas estão mais imbecilizadas a cada dia que passa. Como só conheço a realidade do meu país, não sei como é fora do Brasil. Mas conforme eu vou presenciando as manifestações de tolices vou me dando conta de que estamos numa canoa furada, como dizia minha mãe.

O Brasil não precisa de um golpe militar e nem de uma revolução armada. O que o país precisa é uma mudança de mentalidade, uma revolução cultural e educacional. Sou cristão e entendo que a Igreja não deve se misturar com as coisas do Estado, mas quando o Estado se omite ele abre um precedente para que a igreja comece a agir, no sentido de corrigir estas distorções sociais que vivemos. O problema é que a Igreja Brasileira se transformou numa máquina de gerar riquezas e esqueceu a sua vocação que é a de promover a paz e o bem estar geral.

É um quadro triste, mas sempre existe algo que podemos fazer...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Self Me, Please!

Hoje eu me deparei com uma cena preocupante. Em uma postagem no Facebook, uma mãe publicou duas fotos de seu filho (uma criança pequena) sendo atendida no PS após uma queda que gerou um corte na cabeça. Uma foto detalhava o corte e outra a expressão de dor e medo do inocente sendo atendido.


Fiquei preocupado pensando a que ponto estamos chegando! Será que um instantâneo na internet é mais importante do que a presença consoladora de uma mãe? Quando eramos crianças, bem crianças, nossas mães nos abraçavam e assopravam o ferimento. Aquilo era mágico. Funcionava, pois ia de encontro as expectativas do nosso eu e nos dava a certeza de que estávamos protegidos. Sabíamos a quem recorrer e em quem confiar, um porto seguro onde ancorar nossas incertezas.

O que aconteceu? Viramos binários, que decidem tudo na base do zero ou um? Creio que sim! Uma geração em que as escolhas, navegam entre o "eu" ou "nada", numa espécie de manifestação prática do humanismo relativista que vem encharcando a nau dos desavisados.

Uma tribo global que não tem olhar para o outro e que está fixada em seus negros espelhos mágicos que com um toque transformam todos em capas de revista. Tudo o que importa é a quantidade de likes e views independente de quem será constrangido, humilhado ou prejudicado.

Esta espécie pensa que a solução para todas as coisas está na ponta dos dedos que apontam e desapontam os alvos da vez. O problema é que, nestes casos, o delete não deleta...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Vírus

Se você está pensando que eu vou falar sobre dengue, zica, chicungunha e afins; se enganou meu bem! Este post é para analisar um outro tipo de contaminação muito mais letal e que tem levado milhões a depressão e ao desespero. O vírus do TER.


Não estou aqui para pregar voto de pobreza. Entendo que enquanto estamos neste periférico mundo temos uma série de necessidades naturais que não podem ser deixadas de lado. Já falei sobre estas necessidades, em outra postagem, que a saber são: Ar, Água, Alimento, Agasalho e Abrigo. Enquanto seres sociais dependemos, ainda, da comunicação com outros semelhantes, promovendo relacionamentos. Tenho perfeita ciência de que o crescimento populacional aliado a dispersão geográfica das tribos humanas incentivou a criação de mecanismos facilitadores da interação entre indivíduos. Eu mesmo, estou sentado a frente de um laptop escrevendo este texto que será distribuído pela grande rede. Nada disso é ruim.

O ponto onde quero chegar é aquele que divide a fronteira entre o que necessitamos e o que desejamos. Entre as várias classificações para conceituar o desejo, uma me chama a atenção. Desejo pode ser compreendido como impulso, ou seja: aquele que deseja pode, em alguns casos, estar sendo impulsionado a desejar. Na minha ignorância, penso que se somos impulsionados, este impulso é de origem exterior a nós mesmos, logo somos impulsionados por algo ou alguém. Mas quem ou o que nos impulsiona?

No mundo capitalista em que vivemos tudo depende da circulação do capital para que o fluxo da existência não se interrompa. A maneira mais prática para manter esta roda viva a pleno vapor é o livre comércio. Alguém produz algo que outro alguém precisa e fornece o produto em troca de capital que será usado para atender as suas necessidades. É prefeito! Uma sociedade onde todos produzem com liberdade para adquirir com igual liberdade. Mas nem tudo são flores e logo um produtor desejou ter duas casas no lugar de uma e por falta de capital chegou a conclusão que precisava vender mais para possuir mais. Mas como vender mais numa sociedade que já tem o que necessita? Criando novas necessidades. O final da história, creio que você já sabe.

Criamos a maior arma de escravidão humana jamais pensada antes. Criamos o consumismo. É por conta deste vírus implantado nas mentes das pessoas, por uma mídia altamente eficaz em seus propósitos, que o consumismo tem cativado, atraído e aprisionado bilhões de pessoas. Criamos uma geração zumbi, sedenta pela próxima novidade e capaz de qualquer coisa lícita ou não para possuí-la. Convertemos as relações humanas em competições onde quem pode mais chora menos. Deixamos de ver o próximo para enxergar apenas adversários que devem ser derrotados a todo custo. Criamos nosso próprio deus que sussurra amigavelmente em nossos ouvidos palavras de incentivo a sermos o que bem quisermos e nos ensina que o prazer está acima de todos os sentimentos. 

Que o bom e verdadeiro Deus tenha misericórdia de nós!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Crentes Vingativos - Eles existem, infelizmente!

Fala galera! para complementar a postagem sobre o mesmo assunto, compartilho aqui este vídeo que publiquei no meu perfil no Youtube. O assunto é basicamente o mesmo da postagem mas sempre tem algum elemento novo eimpressões que não consigo passar pela mensagem escrita. Assista e dê sua opinião.




Aproveite e assita outros vídeos do canal em: https://www.youtube.com/user/professorluis
Grande abraço...

Sonhos que Sonhamos


Você sonha? Eu sonho! É bem verdade que não lembro de quase nada do que sonho mas não estou sozinho. De acordo com os estudiosos do sonho nós esquecemos de 90% do que sonhamos. Mas o que são os sonhos?

Existem inúmeras explicações para o ato de sonhar desde as mais acadêmicas e coerentes até as mais absurdas e inacreditáveis. Não vou me ater, aqui, em cada uma delas pois quero que este post seja simples e curto. Então vou direto nas minhas concepções pessoais sobre o fantástico mundo dos sonhos.

Na minha opinião de leigo, os sonhos são: projeções do nosso subconsciente que podem ser formados a partir de nossas experiências, desejos e medos. Funcionam como ponto de fuga para as agruras da nossa vida atribulada. Muitas vezes, quando sonhamos, estamos em lugares e com pessoas que não tem nenhuma ligação com a nossa realidade numa espécie de retiro da mente para aliviarmos as cargas daquilo que pesa em nossa caminhada sobre o orbe terrestre. Neste caso, os sonhos refletem aquilo que somos lá no íntimo.

Mas não esqueça que eu sou cristão e creio firmemente que existem os chamados sonhos espirituais que servem de aviso, alerta, consolo e resposta para aquilo que nos aflige. Creio que durante o sono, nosso espírito tem mais liberdade para perceber o mundo espiritual e em alguns casos estabelecemos um link de comunicação com o invisível. Mas é aí que mora o perigo.

Se não tivermos uma relação de íntima comunhão com o Criador podemos estabelecer este link com forças contrárias a divindade e sermos confundidos em nossas constatações. Quer uma dica? Estabeleça contato com Deus antes de dormir e sonhe com os anjos!!!