sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Sou um milagre e estou aqui!

Se eu creio em milagres? Claro que sim! Eu posso até me considerar um milagre. Quem me conhece e sabe o que eu vivi até os meus 30 anos sabe perfeitamente que as possibilidades de ter partido desta para pior eram bem grandes. O estilo de vida tresloucada, não se importando com nada e nem ninguém me conduziam para uma espécie de abismo sem luz e sem esperança. Perdi amigos, acabei com relacionamentos, esqueci pessoas, detonei com bens materiais e sequer enxerguei os poucos que queriam me dar uma chance. Até que o primeiro milagre aconteceu:


Foi na noite de 22 de dezembro de 1996, um domingo. Domingos eram terríveis naquela época. O bar que eu frequentava fechava mais cedo, os conhecidos iam para suas casas com as suas famílias e eu ia para um quartinho, emprestado, nos fundos do escritório de um amigo. Era um quarto pequeno onde eu tinha um colchão, tintas, pinceis, algumas roupas, um violão caindo aos pedaços e uma tv em preto-e-branco de cinco polegadas com rádio AM-FM. Estava assistindo a um programa chamado Clipe Gospel que passava na extinta TV Manchete, gostava das músicas. Distraído com uma seringa e um pouco de cocaína, não percebi que o programa havia acabado e um outro havia começado: Era o Espaço Renascer apresentado pela Bispa Sônia Hernandes da Igreja Renascer em Cristo.

Comecei a prestar atenção no que aquela mulher dizia e ela contava cada detalhe da minha vida: meus medos, meus erros, meus desejos, tudo o que eu havia vivido até aquele momento. No início achei que fosse alguma alucinação produzida pela droga mas percebi que não era. Aquela mulher naquela tela minúscula me confrontava comigo mesmo e me desnudava diante de uma espécie de espelho que mostrava como eu era e como deveria ser. Até que veio o convite: lembro-me como se fosse hoje, cada palavra, cada gesto. Ela disse assim:
Faça uma experiência com Jesus, deixe ele cuidar da sua vida, entregue a sua existência nas mãos dele e, se nada mudar, aí você segue seu caminho e eu deixo de ser crente.
Eu desabei: quando me dei conta o programa já havia acabado e eu estava de joelhos numa poça de lagrimas e desespero. Me levantei aliviado, leve, com uma sensação de liberdade que nunca havia experimentado antes. Como não sabia orar, rezei um Pai Nosso (versão católica). No final de reza perguntei a Deus: - E agora, o que eu faço?  - E Ele me respondeu...


Fazem quase vinte anos que isto aconteceu. Nesses vinte anos eu casei, tive três filhos lindos, uma esposa maravilhosa, fiz coisas que nem imaginava que iria fazer. Não fiquei rico e nem famoso mas carrego uma paz que não tem preço. 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Coletânea Cristo Suburbano Volume 2


Após um ano do lançamento da primeira coletânea da Cristo Suburbano Records, o início de 2016 foi brindado com a segunda edição da compilação idealizada por Eduardo Teixeira.

Com uma reunião de 42 bandas, o álbum abrange a nata do punk, hardcore e ska, de vertente cristã, produzido em solo nacional. É muita gente boa reunida. Nomes fortes como Living Fire, Archote, No More Zombies, Onix8, Novaprole, Small Fish, entre outros figuram ao lado de clássicos como Ressurreição, entre outros.

Minha banda, a Holy Factor, também foi incluída com a música Existe Solução. Um lançamento de peso para agradar a todos os gostos e anunciar o Evangelho a todos quantos queiram ouvir.

Esta joia preciosa está disponível no site do selo do Cristo Suburbano em: https://cristosuburbanorecords.bandcamp.com/album/cristo-suburbano-volume-2.

Se você não teve contato com o Volume 1, segue o link:

Boa audição.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Onde está sua esperança?

Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Jeremias 17:5

A grande falácia do humanismo é que: quando confiamos em nós mesmos e na capacidade do ser humano de resolver seus problemas, confiamos em um ser imperfeito, incompleto e mortal. Por mais bem elaboradas que sejam as obras feitas pelos homens, nenhuma delas é eterna. Todas ruirão, mais cedo ou mais tarde, levando consigo as esperanças de um mundo melhor.

Ao depositarmos as nossas esperanças nos homens e seus feitos, estas ficam fragilizadas e por fim irão ruir e fenecer. É justamente por essa razão, que muitas pessoas entram em desespero e mergulham num processo de autodestruição. Veja quantos alcançaram fama, fortuna e reconhecimento além de arrebanhar multidões de súditos leais e fiéis. Na solidão de suas consciências entendem que não podem dar esperança nem para si e muito menos para os outros. Por conta dessa desilusão fogem para a inconsciência através das drogas, da bebida e de uma vida desprovida de moral. Outros vão direto ao ponto e tiram a própria vida numa última tentativa de afirmar possuir o controle sobre suas existências.

Somente quando enxergamos este quadro sombrio e admitimos nossas fraquezas e incapacidades é que percebemos a nossa dependência de algo ou alguém que seja superior a nós e que possua o real controle de todas as coisas. Alguém que não conheça limites, que seja eterno, que não pode ser impedido, que tenha todas as respostas, e que possa todas as coisas para nos dar uma esperança real. É nesse momento que entendemos que precisamos de Deus.

Não estou falando desse "Deus" imposto pela religiosidade, mas do verdadeiro Deus, cuja voz faz o universo tremer e transformar o nada em tudo o caos em ordem, a antimatéria em matéria. Soberano em todos os aspectos, quer na sua força e poder como no seu amor e misericórdia.

Não existe esperança sem Deus. Pois, o homem deixado a sua própria sorte está fadado a extinção. 

Não me peça para explicar Deus ou provar sua existência. Certamente não vou conseguir pois é uma experiência pessoal que transcende a lógica humana. Só sei que é real e transformadora que nos leva a olhar a vida de uma maneira diferente, com um olhar diferente. Deus não é para ser povado, é para ser sentido e vivido. Pense nisso! 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

E depois da Folia?


Hoje é domingo de carnaval e ainda restam dois dias da maior festa popular em território tupiniquim. Na quarta-feira caem as máscaras e juntam-se as cinzas do que restou da folia. Alguns chorarão seus mortos sem confete e nem serpentina, outras darão a luz, após nove meses, aos filhos dos mascarados e desconhecidos e outros trocarão a cerveja pelo soro nos hospitais sem brilho sem luzes e sem beleza.

As marchinhas da hora transformam o caos em graça e enquanto os explorados riem das piadas por quatro dias, os exploradores irão gargalhar o ano inteiro. E a nação manterá sua imagem de terra do samba e da alegria dos que tiram vantagens e bons lucros do turismo sexual, dos passeios nas favelas (comunidades) onde os nativos são observados ao som da voz de um guia que explica, em inglês medíocre, os detalhes deste zoológico.

E nós, que nos orgulhamos da nossa fé, o que fazemos? Nada! Apenas observamos calados pois não podemos nos envolver afinal, somos ricos, abastados e de nada precisamos. Nos tornamos uma igreja morna causando ânsias no nosso Deus. Se ao menos tivéssemos o empenho e o capricho que vemos nas escolas de samba, talvez fossemos relevantes pra a sociedade.

Só espero que não tenhamos que contratar carnavalescos para nos mantermos de pé...

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sim, Sim, Não, Não

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mateus 5:37


A Despeito de tudo o que se fala de asneira por aí, a única paternidade bíblica que é conferida a Satanás é a da mentira.

Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44

O texto citado no início desta postagem, retirado do Evangelho segundo Mateus, é de uma profundidade assustadora e revela o quanto estamos distantes do verdadeiro viver cristão. Uma vez ouvi uma pregação em que o Pr afirmava que: quando mentimos estamos servindo (sendo servos) o Diabo e portanto, deixando de agir como servos de Deus. Ora! Mentira é o contrário ou ausência de verdade. Não existe mentira grande ou pequena. O que é existe é verdade ou mentira. Quando assumimos um compromisso e não comparecemos, marcamos um horário e não cumprimos, dizemos que amamos e não amamos, etc; a mentira está lá. Mentimos e ensinamos a mentir: Vivemos numa sociedade mentirosa onde tudo não passa de uma grande ilusão forjada para manter os homens cativos.

Quantas promessas de fim de ano já quebramos e continuaremos a quebrar? Veja o caso da religiosidade. As pessoas seguem religiões, choram, se descabelam mas continuam cometendo os mesmos erros e pecados. Hipócritas tentando enganar a si mesmos para parecer que estão no caminho certo.

Ser cristão é muito mais do que frequentar uma denominação religiosa Ser cristão é refletir através de nossas vidas o Cristo que afirmamos ser o nosso Senhor. Isto passa por uma conduta irrepreensível. Ser cristão não é e nunca será uma tarefa fácil para quem pretende continuar caminhando em conivência com o sistema. Mas torna-se algo extremamente simples e fácil quando se coloca Deus acima de tudo. Nessa luta diária para sermos cristãos autênticos precisamos aprender a dizer não para que nosso sim não se torne uma farsa.

É evidente que imprevistos surgem ao longo do caminho e por vezes as coisas não acontecem de acordo com nossos planos. São riscos que corremos. Mas as exceções servem para confirmar as regras, e a regra é refletir Cristo através de nossas vidas. Não é fácil mas é possível. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Modos & Estilos #07 - Renaissance - Ashes Are Burning

Se existe uma banda que eu curti muito na minha adolescência foi o Renaissance. O grupo britânico formado em 1969 pelos ex-integrantes do Yardbirds; Keith Relf e Jim McCarty, teve várias formações até chegar a chamada formação clássica com: Annie Haslam nos vocais, Jon Camp o baixo e voz, John Tout nos teclados e vocal, Terence Sullivan na bateria e vocais e Michael Dunford nos violões.

É com está equipe de peso que surge o magnífico álbum Ashes Are Burning em 1973 além de mais cinco discos simplesmente brilhantes.

O Disco


Ashes Are Burning é o quarto álbum de estúdio do grupo e o primeiro a contar com apoio de uma orquestra. Além da banda contou com a participação do guitarrista Andy Powell na faixa título do disco. O trabalho foi lançado pela EMI no Reino Unido e pela Capitol Records nos USA onde chegou ao número 171 no Billboard 200 inaugurando a fase americana da banda.

As músicas


Com apenas seis músicas o álbum tem uma duração de aproximadamente 40 minutos de prog rock da melhor qualidade.

O álbum inicia com Can You Understand e seus apelos transcendentais de libertação da mente e da alma, numa pela mistura de folk, rock e uma pegada bem clássica com mudanças de ritmo e tempo e a voz quase hipnótica de Annie acompanhada de belíssimos arranjos de cordas. detalhe para o belo trabalho do baixo. Aliás está é uma característica comum nas bandas de prog.

Em seguida temos Let It Grow que inicia como uma caixinha de música nas mãos de uma pessoa apaixonada. E é sobre isso mesmo que a canção fala: do amor. Arranjo simples e belo com uma bateria bem marcada que transmite um sentimento de paz interior muito bacana.

Na sequencia temos On the Frontier. Trata-se de um típico hino da geração Flower Power que acreditava na possibilidade de um mundo melhor através de uma revolução feita pacificamente. Excelente canção com uma introdução de violão bem folk e toda cantada em coro.

Logo em seguida temos Carpet of the Sun que dá sequencia a vibe hippie da obra. Mais uma vez o violão se destaca mas acompanhado pelos arranjos de cordas da orquestra e a voz magistral de Annie.

Em seguida um forte mudança de clima com o piano forte de At the Harbour que da lugar a um dedilhado melancólico com uma história de medo e morte nos lembrando que nem tudo são flores. Uma canção para se ouvir e refletir sobre as razões da vida.

Finalmente chegamos a canção que se tornou um dos hinos da banda: Ashes are Burning. Épica! Não encontro outro termo mais adequado para definir a última faixa deste álbum. Tinha que ser a última do disco pois fala de destino. Um destino incerto que é construído ao longo da nossa caminhada. Como diria o Milho: Sensacional!

Conclusão


Este é um álbum que não pode faltar em qualquer discoteca de respeito. Não apenas para os amantes do rock progressivo mas para qualquer um que aprecie boa música. Sem dúvida um disco que não será esquecido e nem repetido.

A banda ainda se encontra na ativa e você pode obter mais informações no site oficial em: http://renaissancetouring.com/. Esta obra prima está disponível também no Spotfy, logo abaixo.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Os cinco A's das Necessidades Humanas


Numa sociedade frenética onde todos correm de um lado para o outro não medindo esforços para conquistar uma posição e um título de bem sucedido, eu me pergunto: de onde surgiu esta necessidade? Porque temos que vencer na vida? Quando analiso está máxima entendo que vitórias são resultados de batalhas e portanto para vencer é preciso entrar numa competição e isto transforma os que estão ao meu redor em adversários. É isto que me incomoda.

Vivemos uma realidade social onde o próximo, que deveria ser amado, é visto como um inimigo a ser derrotado, um adversário a ser vencido, um empecilho a ser eliminado. Mas o que nos leva a comprar esta ideia? Resposta: Esta nossa absurda necessidade de ter, de possuir, de ostentar. Vivemos uma geração onde somos avaliados pelo que temos e possuímos e não pelo que somos e sentimos. 

É uma ciranda insana que funciona mais ou menos assim: o indivíduo adquire uma casa. Ele mobília acasa. Troca de carro. Reforma a garagem por causa do carro. Pinta a casa para combinar com a reforma. Troca os móveis para se adequar ao novo visual. Reforma a área que ficou antiquada. Compra equipamentos novos para a lavanderia. Muda os equipamentos da cozinha porque destoam da lavanderia. Troca os móveis da cozinha porque ficaram feios e por ai vai. O mesmo acontece com roupas, com Gadgets, com alimentação, com trabalho, formação acadêmica e tantas outras demandas. Desesperado, ele trabalha 18 horas por dia para suprir tudo isso, não conhece seus filhos tudo porque foi doutrinado a acreditar que ele precisa vencer. Será que precisa mesmo?

Outro dia assisti um vídeo do Eduardo Marinho onde descobri que só necessitamos de cinco coisas para viver neste  mundo e coincidentemente as cinco meçam com a letra "a".

AR, ÁGUA, ALIMENTO, AGASALHO e ABRIGO.

Quando Deus nos criou (eu creio nisso) e nos colocou para morar neste planeta ele providenciou estes cinco elementos de forma direta ou nos dando capacidades para obtê-los. O Ar está aí para respirar, a água vinha dos rios, o alimento era caçado ou cultivado por nós mesmos, o agasalho nos tecíamos a partir de fibras naturais ou da lã de animais e o abrigo podíamos optar por cavernas ou construir com troncos de árvore que Deus plantou no nosso jardim.

Infelizmente a ganância fez com que o homem desejasse muito além disso, o que ocasionou a implantação de um sistema maligno (1 Jo 5.19) que cria no ser humano um desejo por ter e conquistar (1 Jo 2.16), transformando pessoas em reféns de um plano perverso para dominar o homem. Esta fome de poder tomou aquilo que era de graça e de direito e das cinco necessidades a única que ainda não foi privatizada é o AR. Mas eles estão se esforçando para tornar nossa atmosfera irrespirável até o ponto em que teremos que compra oxigênio para sobreviver.

O que vivemos hoje não é vida. É apenas loucura...