sábado, 29 de novembro de 2014

Modos & Estilos #04 - Coletânea SUB

Há 43 anos eu ouvi The Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd pela primeira vez e imediatamente fui fisgado pelo rock. Depois daquela data memorável eu me tornei um consumidor voraz de música boa (na minha concepção). Ouvi de tudo: Rock, Hard, Metal, Prog, Jazz, Blues, MPD, Música Erudita, Chorinho, Bossa Nova, Punk e tanta coisa que nem lembro direito.


Muitos álbuns foram importantes na construção da minha identidade musical, mas teve um que foi crucial, transformador. A coletânea SUB, lançada em 1983 pelo selo Estúdios Vermelhos do saudoso Redson, foi como um petardo no meu cérebro. Foi com este disco que eu compreendi o verdadeiro significado de engajamento e descobri a força do DIY.




Vamos ao disco

Quatro são as bandas que participam da coletânea: Cólera, Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado. ao todo são 24 músicas. A qualidade da gravação é limitada pois os recursos eram poucos e os estúdios não tinham nenhuma experiência em gravar som pesado. Mas a garra, a vontade de fazer superaram os obstáculos e este disco entrou para a história, não apenas do punk mas da música no Brasil.

Ratos de Porão

  • Parasita
  • Vida Ruim
  • Poluição Atômica
  • Não Podemos Falar
  • Realidades da Guerra
  • Porque
O RDP ainda sem o João Gordo mostra-se extremamente rápido. Apesar da crítica social a banda já mostrava um certo deboche com os mais variados assuntos. Destaque para Vida Ruim, uma música simples e objetiva e a primeira que eu tirei para tocarmos na nossa banda "Os Maus Elementos".

Cólera

  • X.O.T
  • Bloqueio Mental
  • Quanto Vale a Liberdade
  • Histeria
  • Zero-Zero
  • Sub-Ratos
O que dizer do Cólera. sem dúvida foi e ainda é o grande nome do Punk Rock nacional e da música brasileira. Desde o início percebe-se uma preocupação com as letras e com o clima que as músicas passam, como é o caso de Histeria. Na época tocávamos X.O.T, mas sem dúvida o grande hino deste disco e da banda é Quanto Vale a Liberdade.

Psykóze

  • Terceira Guerra Mundial
  • Buracos Suburbanos
  • Fim do Mundo
  • Vítimas da Guerra
  • Alienação do Homem Moderno
  • Desilusão
O Nome da banda já deixa claro o estilo da mesma. Um punk psicótico que passa uma ideia de desespero total em relação a realidade da época. Destaque para a faixa Buracos Suburbanos.


Fogo Cruzado

  • Desemprego
  • União Entre os Punks do Brasil
  • Delinquentes
  • Inimizade
  • Punk Inglês
  • Terceira Guerra
Na minha opinião uma banda excelente. Tinha uma pegada muito legal. O bacana é ver que os caras ainda estão na ativa. 


Resumindo: A coletânea SUB foi um marco, ao lado da coletânea "Grito Suburbano" foi um marco na história do movimento e deu um start na galera que tinha algo para produzir mas vivia a mercê do establishment. Mas no meu caso o SUB foi uma influência definitiva.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O Punk Não Morreu!

Estava acompanhando um tópico sobre punk em um grupo no face. Fico vendo essa galera mais nova se odiando por causa de punk isso e aquilo. Tem os puristas defendendo a idéi de que o cara só é punk se ouvir punk, vestir punk, namorar punk, tretar punk, etc. 

Na verdade a maioria não tem ideia do que é e o que representa o movimento punk. Então resolvi dar uma palhinha daquilo que eu vi e vivi mas não é nada definitivo, pois afinal, punk é acima de qualquer coisa, liberdade.


Vou me ater mais a questão da música. O chamado punk rock foi nada mais do que uma alternativa a cena musical que imperava nos anos 70. O rock que sempre foi algo juvenil e descontraído havia dado lugar a performances de virtuoses em solos de meia hora. Foi o boom do progressivo. Eu mesmo ouvi muito ELP, Triumvirat, Genesis, Focus, Nektar, Jethro Tull, Rush, Supertramp, Yes e por aí vai. O problema é que tudo isso se tornou inaccessível para garotos simples e sem grana.

Foi nesse cenário que surgiram bandas como: New York Dolls, Stooges, MC5 e Ramones fazendo rock'n roll simples e direto do lado de cá do Atlântico e Stiff Little Fingers, The Stranglers, Sex Pistols, The Clash e U.K. Subs do lado de lá. O que estas bandas fizeram foi mostrar que, pessoas comuns como eu e você, poderiam fazer sua própria música, se divertir e expor suas idéias.

No Brasil não foi diferente. A primeira fase do punk brasileiro abarcou uma galera que ouvia rock, muitos já tocavam e simplesmente se apaixonaram pela ideia, pelo estilo! O primeiro álbum punk que eu comprei foi em 1982, The Great Rock 'n' Roll Swindle dos Sex Pistols trilha sonora do documentário homônimo


Fui imediatamente impactado pelo som selvagem e debochado dos súditos da rainha. Mas o que realmente me fisgou foi o punk nacional. Foi em 1984 que escutei pela primeira vez a coletânea SUB com as bandas Cólera, Ratos de Porão, Psykoze e Fogo Cruzado.


Dai pra frente foi só alegria. Comprei uma guitarra consegui tirar sozinho (Nossa! Kkkk) Vida Ruim do RDP e montei a banda Maus Elementos junto com uns amigos. Depois disso veio a Paz Armada.

Naquela época havia uma cumplicidade entre os punks, partilhava-mos instrumentos, equipamentos, transporte, local para ensaiar. Tínhamos posicionamento político e social. Havia um consumo constante de cultura, arte, poesia, música, teatro, cinema, etc. A cena punk influenciava o mundo imediatamente ao seu redor. Rolavam vídeos, fanzines, etc.

Depois de um tempo pensaram que o punk havia morrido, acabado; mas como estavam enganados. O movimento prosseguiu, selos surgiram, estúdios, filmes, livros, tudo mudou. É evidente que algumas coisas foram absorvidas pelo sistema e repaginadas e hoje vemos pessoas pagando fortunas por uma calça rasgada, moicanos em cabeças ocas, piercings em qualquer boca.

Algumas coisas foram adaptadas ao novo mundo: fanzines viraram blogs, fitas k-7 deram lugar ao mp3 e a internet se tornou o grande mural do underground. Mas o legado ficou. Descobrimos que não precisamos de ninguém para por em prática nossas idéias. O DIY virou realidade. O Punk Não Morreu! Só ficou mais velho, teve filhos e sabe muito bem o que quer e como conseguir!

Banda Cólera - Na Ativa Por Mais de 30 Anos


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sistemas sem Frescuras - #03 - CSS

Chegamos a terceira aula do nosso curso. Neste capítulo e no próximo vamos focar nas CSS. Quando criamos uma página web ou sistema baseado em browser (navegador) devemos separar o conteúdo da forma, ou seja: Enquanto o HTML-5 efetua a marcação do conteúdo, criando a semântica da página, o CSS se encarrega da forma como este conteúdo será apresentado ao cliente.

CSS é a sigla, em inglês, de Cascading Style Sheet que traduzido para o português significa Folha de Estilo em Cascata. Em resumo, são arquivos de texto que reúnem um conjunto de regras que atua sobre os marcadores do HTML.

Sintaxe

Como toda e qualquer linguagem, a CSS tem uma sintaxe que é baseada em: Seletor, Parâmetro e Valor, onde:
  • Seletor é o marcador HTML onde se quer atuar. Ex.: <h1>, <p>, <div>;
  • Parâmetro é a característica do seletor que será afetada. Ex.: cor, posição, visibilidade;
  • Valor é a medida utilizada no parâmetro. Ex.: vermelho, a direita, invisível.
Estas informações são apresentadas na forma de código, conforme a ilustração a seguir:


Arquivos externos

A melhor maneira de implementar o código CSS em uma página ou grupo de páginas é  utilização de um arquivo css externo. Existem três vantagens principais nesta prática
  • A marcação e a formatação ficam totalmente separadas.
  • Alterações de forma em um projeto ficam mais simples.
  • Podemos reutilizar estilos em outros projetos.
Conforme a figura acima, vemos que com uma única folha de estilos css podemos configurar o visual de vários arquivos html. Se desejarmos implementar uma mudança no lay-out basta trocar o arquivo css.

Espero que você goste desta aula.


Até a próxima.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Porque Resolvemos Gravar um Álbum

Não sei se vocês sabem, mas eu faço parte de uma banda. Chama-se Holy Factor. Fazemos um estilo Punk Rock Old School com temática cristã. Apesar do projeto ser antigo a banda é bem nova. Começamos a ensaiar em agosto de 2013 e nossa estréia foi em 17 de novembro daquele ano. Na metade deste ano (2014), nosso guitarrista Rafael Tonetti sofreu um acidente que o deixou impossibilitado de tocar  por algum tempo. Por conta disso, nosso então baterista David Vulcanis (Meu filho) assumiu a guitarra o baterista Raphael Wilbert (outro Raphael) assumiu as baquetas da banda. Estamos com esta formação: Luis Vulcanis - baixo e voz, David Vulcanis - guitarra e Raphael Wilbert - bateria, aguardando o retorno do Rafael Tonetti.

Banda Holy Factor
Com essa formação a banda ganhou um feeling totalmente novo que nos levou a tomar uma decisão: vamos gravar um álbum. Mas nós somos pessoas comuns com famílias e nossa condição financeira não lá estas coisas. Então como fazer? Foi aí que surgiu a ideia de arrecadar o dinheiro, junto aos nossos amigos e incentivadores, uma prática comum, atualmente, conhecida como crowdfunding. Nesta prática cada valor doado corresponde a um tipo de recompensa para o patrocinador ou financiador. Fizemos um vídeo explicativo que você pode conferir abaixo: O Vídeo foi retirado do ar pela própria banda.
-{}-
Você pode fazer sua contribuição diretamente no site através do  link a seguir: holyfactor.com/patrocinio.php. Se preferir contribuir diretamente pode entrar em contato pelo nosso canal no Facebook em facebook.com/holyfactor ou pelo twitter em twitter.com/holyfactor

Estamos na fase de escolhas das músicas design das capas pois o álbum tera mais de uma capa desenhadas por artistas diferentes, definição do material para capa e encarte, tudo para te oferecer um trabalho diferenciado e de ótima qualidade.

Enquanto o álbum não sai você pode curtir um trecho da apresentação da banda, durante o último Rock com Pastel realizado em 15 de novembro deste ano.
Este vídeo foi retirado a pedido do antigo baterista da Holy Factor.
Contamos com você para que este material saia logo e fique o registro da nossa passagem nesta terra. Grande abraço!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sistemas Sem Frescuras - #02 - Tabelas, Formulários e CSS

Olá, bem vindo a segunda aula do curso Sistemas sem Frescuras. Nesta aula foi feita uma revisão do conteúdo anterior (a pedidos). O tema principal da aula são as tabelas e formulários e uma rápida introdução ao conceito das CSS que será abordado com mais profundidade na próxima aula.


Também estamos disponibilizando os arquivos utilizados na elaboração desta aula que bodem se baixados no link a seguir: Arquivos da Aula 2

Se alguma coisa não ficou clara, poste sua pergunta que eu terei o maior prazer em tirar suas dúvidas. Um abraço e curta o conteúdo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

#00 Vamos Montar Um Estúdio - A Idéia

Imagine que você é um cara que não tem grana (como eu) mas insiste em ter um estúdio de gravação de áudio (como eu) e tem um amigo mais louco que você que topa a parada e resolve seguir em frente na idéia.

É isto que eu e o Raphael, que tocamos na mesma banda, resolvemos colocar em prática. Até poderíamos contratar um estúdio pronto mas não é o que queremos por duas razões bem simples: atualmente parece que todas as bandas gravam no mesmo lugar com os mesmos instrumentos devido ao uso dos mesmos aplicativos e plugins e de não existir uma produção musical que é cara e pelo fato de querer gravar da nossa maneira.


O que eu pretendo mostrar aqui no blog é um acompanhamento passo a passo desta nossa empreitada e convidamos você a vir com a gente nessa viagem que não sabemos aonde vai dar. Outro dia estávamos ensaiando com uma bateria BNB e uma pessoa que havia chegado quando viu falou assim: "Noooossssaaaa! Uma BNB! Ouvindo lá de fora não dá pra dizer, parece uma baita duma batera!" - e ainda completou - "Agora eu vi que não é o equipamento, o importante mesmo é quem toca!".

Este fato me animou a fazer este experimento. É algo bem DIY e eu tenho certeza que vai ficar legal.

Até a próxima.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quem poderá nos socorrer?

E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2

Uma das coisas que mais me entristece no mercado de trabalho é perceber como as pessoas são facilmente atraídas pelo sistema a ponto de perderem seus referenciais entregando-se a um conjunto de valores que busca apenas a satisfação pessoal e financeira sem se importar com o bem estar dos seus companheiros de existência.

Dia após dia eu me deparo com o enterro sumário de conceitos morais e éticos que até pouco tempo forjavam o caráter da sociedade contemporânea. Esta desvalorização da vida vai ganhando forma com o tempo e solapando o que resta de humanidade nos homens.

Este caos social reflete-se em todos os segmentos da sociedade e em suas manifestações culturais numa espécie de evacuação mental manifesta em todas as camadas produtivas. São muitos os sinais: Produção artística de qualidade duvidosa, bens duráveis que não duram, valores invertidos, desconstrução da família tradicional, desespiritualização, relativismo em alta, individualismo, cosmovisão difusa e confusa e tantas outras mazelas que por si só dariam uma lista quase interminável.

E agora, quem poderá nos socorrer?!



Que instituição deve ou deveria ter a preocupação em: resgatar valores, instruir pessoas, orientá-las, ajudá-las, atende-las e tantas outras práticas positivas no sentido de transformar este mundo em um lugar melhor para todos. Resposta? A Igreja! Mas a pergunta que fica é: A Igreja está cumprindo seu papel social como deveria?

Sou cristão, mas o que tenho visto nesta instituição que convencionou-se chamar de igreja é muito diferente daquilo que deveria ser a igreja. A Igreja enquanto Corpo de Cristo deve reproduzir os passos de Jesus nesta terra. E que passos são esses?

Entre as muitas características que vemos na pessoa de Jesus Cristo existem algumas que devem ser explicitas naqueles que o tem como adjetivo de suas vidas. Qualquer pessoa ou instituição que confesse uma cosmovisão cristã precisa externalizar estas práticas. Então vamos a elas:

  • Amor - Não se trata de um amor baseado em sentimento mas em atitude, é um amor comportamental.
  • Generosidade - Que age com um caráter nobre e grandioso doando-se sempre que necessário.
  • Compaixão - Profundo sentimento da dor alheia.
  • Autenticidade - Não tem o que esconder, é o que diz ser.
  • Coerência - Age de acordo com o que fala, vive o que prega.
  • Humildade - Respeito ao próximo como superior a si mesmo e sempre pronto a servir no lugar de ser servido.
  • Sensibilidade - capacidade de ser movido, compelido a agir ao menor sinal de necessidade alheia.
  • Inteligência - Conhecimento profundo de tudo para saber como agir e proceder nas mais variadas situações.
Se nós, que nos autodenominamos Igreja, conseguirmos praticar os pontos acima destacados, então poderemos ter a pretensão de construir um mundo melhor não apenas para nós mas para toda a humanidade. Mas para que isso aconteça precisamos passar por um doloroso processo de desconstrução para então reconstruir-nos como nascidos de novo para cumprir com eficácia a nossa missão. Se não for assim é só barulho sem conteúdo. Mas eu creio que é possível e faço o meu possível para que assim seja e sei que não estou só!