sábado, 4 de fevereiro de 2017

Devíamos, Todos, Andar Nus...

Se existe uma coisa que eu gosto de fazer, é ir a praia! 
E pela misericórdia e bondade de Deus, há mais de um ano eu moro em uma cidade do litoral do Paraná com várias praias a disposição. Temos até uma máxima aqui: "Eu moro aonde você vai nas férias".

Caiobá / Matinhos - Acervo Pessoal - Luis Vulcanis
Existem muitas razões, pelas quais eu curto uma boa praia. O barulho do mar, as ondas, relaxar, o contato com a água e a areia, ver gente bonita, me divertir com os tipos esquisitos e muitos outros motivos. Mas uma coisa que sempre me chama a atenção é o fato da praia ser um espaço democrático, e mais do que isso, na praia todos ficam parecidos, na praia todos estão nus. Não há muita diferença entre ricos e pobres, entre pessoas com pouca ou muita instrução, todos pisam na mesma areia e se banham na mesma água. Olhando por esse ângulo, a praia é como uma janela onde podemos ver, ainda que fora de foco, um pouquinho do que Deus queria ao criar a terra e colocar seres humanos nela.

Hoje vivemos numa sociedade que é mais preocupada em ter do que ser. Somos julgados pela aparência e emitimos conceitos precipitados sobre as pessoas apenas embasados em seu visual ou em suas posses. Precisamos aprender a valorizar as pessoas pelo simples fato de serem semelhantes a nós independente das diferenças econômicas, sociais, étnicas, culturais e intelectuais que possam existir. Esta mania de ostentar coisas é uma camuflagem para esconder as deficiências que carregamos. Escondemos nossos preconceitos atrás de uma boa gorjeta e de chás beneficentes, fazemos belas fachadas em nossos estabelecimentos comerciais para mascarar a falta de qualidade daquilo que vendemos, vamos a igreja aos domingos para diminuir o impacto das nossas transgressões.

Somos como as flores de plástico que dão a impressão de que nunca irão morrer mas na verdade nunca estiveram vivas. Não estou dizendo que não podemos possuir bens, que não devemos ter conforto, ou que não precisamos comer coisas legais. Tudo isso é lícito. Se trabalhamos e conquistamos, não há nenhum problema nisso. Mas não podemos medir a importância das pessoas por isso. Precisamos entender que numa sociedade justa, a importância do funcionário da limpeza, em uma loja, é a mesma da gerência, pois se o estabelecimento estiver sujo as pessoas não entrarão para comprar.

Pixabay Free Photo
Da mesma forma, não podemos julgar pela aparência, pois independente da marca do tecido, da cor da tatuagem ou do preço do carro, a pessoa que está por baixo continua sendo uma criatura feita a imagem e semelhança de Deus. Evidente que, como cristão, entendo que uma sociedade com este nível de desprendimento somente será possível quando não houver mais, a interferência do pecado que distorce nossos pensamentos. Mas mesmo tendo a consciência de que pouca coisa mudará ainda assim precisamos continuar tentando. Sei que na sociedade atual, não podemos simplesmente arrancar a roupa e sair por aí, mas podemos nos despojar das mascaras do engano e das capas da mentira. Se eu e você começarmos a olhar em nosso entorno vendo iguais, coisas boas podem começar a acontecer e transformar o mundo a nossa volta. Mas que tipo de coisas podem acontecer?

Primeiro: se vejo a todos como iguais, então se não somos melhores, também não somos piores. Segundo: começamos a desenvolver a empatia, que é colocar-se no lugar do outro e sentir o que o outro sente. Terceiro: quando caem as diferenças, afloram as igualdades, isto é: começamos a perceber que temos muito mais em comum e as diferenças vão ficando cada vez menores. É tudo uma questão de tomar a decisão, de querer, de ir em frente. Não consegue? Peça ajuda! Fale com aquele que pode te ajudar de verdade. Fale com Deus. Você consegue.


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