segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Vírus

Se você está pensando que eu vou falar sobre dengue, zica, chicungunha e afins; se enganou meu bem! Este post é para analisar um outro tipo de contaminação muito mais letal e que tem levado milhões a depressão e ao desespero. O vírus do TER.


Não estou aqui para pregar voto de pobreza. Entendo que enquanto estamos neste periférico mundo temos uma série de necessidades naturais que não podem ser deixadas de lado. Já falei sobre estas necessidades, em outra postagem, que a saber são: Ar, Água, Alimento, Agasalho e Abrigo. Enquanto seres sociais dependemos, ainda, da comunicação com outros semelhantes, promovendo relacionamentos. Tenho perfeita ciência de que o crescimento populacional aliado a dispersão geográfica das tribos humanas incentivou a criação de mecanismos facilitadores da interação entre indivíduos. Eu mesmo, estou sentado a frente de um laptop escrevendo este texto que será distribuído pela grande rede. Nada disso é ruim.

O ponto onde quero chegar é aquele que divide a fronteira entre o que necessitamos e o que desejamos. Entre as várias classificações para conceituar o desejo, uma me chama a atenção. Desejo pode ser compreendido como impulso, ou seja: aquele que deseja pode, em alguns casos, estar sendo impulsionado a desejar. Na minha ignorância, penso que se somos impulsionados, este impulso é de origem exterior a nós mesmos, logo somos impulsionados por algo ou alguém. Mas quem ou o que nos impulsiona?

No mundo capitalista em que vivemos tudo depende da circulação do capital para que o fluxo da existência não se interrompa. A maneira mais prática para manter esta roda viva a pleno vapor é o livre comércio. Alguém produz algo que outro alguém precisa e fornece o produto em troca de capital que será usado para atender as suas necessidades. É prefeito! Uma sociedade onde todos produzem com liberdade para adquirir com igual liberdade. Mas nem tudo são flores e logo um produtor desejou ter duas casas no lugar de uma e por falta de capital chegou a conclusão que precisava vender mais para possuir mais. Mas como vender mais numa sociedade que já tem o que necessita? Criando novas necessidades. O final da história, creio que você já sabe.

Criamos a maior arma de escravidão humana jamais pensada antes. Criamos o consumismo. É por conta deste vírus implantado nas mentes das pessoas, por uma mídia altamente eficaz em seus propósitos, que o consumismo tem cativado, atraído e aprisionado bilhões de pessoas. Criamos uma geração zumbi, sedenta pela próxima novidade e capaz de qualquer coisa lícita ou não para possuí-la. Convertemos as relações humanas em competições onde quem pode mais chora menos. Deixamos de ver o próximo para enxergar apenas adversários que devem ser derrotados a todo custo. Criamos nosso próprio deus que sussurra amigavelmente em nossos ouvidos palavras de incentivo a sermos o que bem quisermos e nos ensina que o prazer está acima de todos os sentimentos. 

Que o bom e verdadeiro Deus tenha misericórdia de nós!

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