quarta-feira, 10 de junho de 2015

A música cristã tem que ser evangelística?

Fico ouvindo e lendo sobre música cristã e me deparo com tudo quanto é tipo de opinião a respeito, desde as mais coerentes até as mais absurdas. Todos dão seus pitacos e, como cantaria o Kid Abelha: Por que não eu?

Na minha concepção não existe santo e profano, ou seja, música é música. O que de fato existe é música feita por cristãos e por não-cristãos. Quando olhamos o assunto a partir deste prisma evitamos cometer o erro de querer classificar a música de forma errada, esquecendo-se da mensagem e atendo-se unicamente ao estilo e a forma como se isso fosse suficiente para determinar se uma coisa é santa ou não.

Tecnicamente, música é uma combinação de sons e silêncios dispostos harmoniosamente para criar uma linha melódica que é executada dentro de um espaço-tempo respeitando um andamento ou ritmo, gerando uma experiência subjetiva no receptor. Resumindo: Sons organizados criando emoções.

Acredito que isto deixa claro que a música, em si mesma, não pode ser boa ou má, sagrada ou profana, para o bem ou para o mal. O objetivo de uma peça musical é determinado por quem criou a peça e por quem a executa. É nesse ponto que eu quero chegar. Como funciona a música feita por cristãos? Qual o objetivo do músico cristão ao compor uma canção?

A música feita e executada por cristãos, no meu entendimento, pode ser tanto para louvor e exaltação do Deus que nós cremos ou para entretenimento. Não vejo nenhum problema de um cristão criar composições que falam de assuntos que não estão diretamente ligados ao louvor e adoração. É o que convencionamos chamar de música não-confessional, ou seja, que não fala explicitamente de Deus, da Igreja e do Cristianismo mas que passeia sobre os mais variados assuntos a partir de uma cosmovisão cristã, pois não há como fugir disso. Veja o caso da cantora e compositora Lorena Chaves, por exemplo. Suas canções não trazem o nome de Deus estampado em cada verso mas os valores, ideias e ideais das suas letras estão impregnados de cristianismo. Não estou falando de criatividade musical. No caso da Lorena Chaves, suas canções são uma mistura bem feita de Folk Rock e MPB o que não é uma novidade.

O que eu considero um problema é quando alguém quer empurrar estas músicas no culto a Deus. O culto é um momento de louvor e adoração a Deus e pede canções que nos remetam a isso. Creio que existe muita confusão em relação a isso. De um lado os demonizadores que classificam de maligno tudo o que não fala de Deus e de outro um liberalismo exagerado que quer colocar qualquer coisa dentro da igreja. Mas tenha cuidado; nem tudo o que fala de Deus, mesmo que seja sincero e verdadeiro, serve para o momento do culto, pois a igreja não pode e não deve ser um gueto de apenas uma tribo mas uma comunhão de diferentes com um mesmo propósito.

O que precisamos na verdade é encontrar um ponto de equilíbrio para saber decidir oque é mais adequado para cada momento. Quanto a música não ser de cunho evangelístico eu parto do seguinte pressuposto: Na literatura cristã temos livros voltados para a edificação do crente enquanto um prestador de culto mas também temos livros sobre relacionamento conjugal, criação de filhos, sexualidade, empreendedorismo e por ai vai. Isto me faz enxergar que na música cristã também podemos abordar outros assuntos de forma a termos uma mensagem integral que possa abranger todas as áreas da existência humana inclusive o entretenimento puro e simples.

E você? Qual a sua opinião? O que você pensa a respeito deste assunto? Comente ai, dê a sua opinião, para que possamos, juntos, crescer em graça e conhecimento. Grande abraço.

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